Boa semana #324 – Trabalhar traumas antigos
Esta semana tive mais uma consulta com a Dalila e foi daquelas bem intensas. Aliás estes 2 meses desde a primeira consulta foram de profundo trabalho.
No mês passado com a ajuda de uma psicóloga estive a fazer um trabalho de cura transgeracional, que me permitiu curar a nossa história que vinha desde o meu avô. Enquanto fazia essa terapia, as fichas iam caindo, como se de repente tudo fazia sentido.
As diversas histórias vividas que estavam relacionadas, as pessoas que atraia. Como eu e o meu companheiro temos histórias de avós muito semelhantes, qual era a probabilidade de representarmos dois lados opostos de uma história semelhante?
Foi um trabalho bastante profundo que permitiu reconhecer padrões, que permitiu colocar coisas no lugar e que abriu portas para uma grande cura e para a subida de um degrau no desenvolvimento humano.
No dia que fiz este trabalho, percebi que havia um trauma a que precisava de voltar. As histórias que se estavam a passar na minha vida nestes últimos meses mostravam um padrão, traziam esses traumas à superfície… era a vida a mostrar-me que precisava de trabalhar verdadeiramente aquilo que tinha enterrado lá bem fundo na esperança de que ficasse esquecido!
Mas mesmo enterrado continuava lá e continuava a fazer das suas, mas eu ainda não me sentia de todo preparada para partilhar aquilo que nunca tinha partilhado com ninguém.
E na consulta com a Dalila, no decorrer da consulta ela foi certeira no ponto ao perguntar-me o que se tinha passado quando tinha 11 anos, não dava para fugir, sabia que era aquilo, sabia que estava na hora de falar do assunto. Não foi nada fácil, mas consegui finalmente falar, consegui finalmente libertar o que estava aprisionado há tanto tempo.
Depois fizemos a ressignificação do acontecimento e quando terminámos parecia que um peso enorme me tinha saído de cima. Sentia-me tão mais leve, tão livre. Finalmente não estava mais enterrado, estava transmutado! E que diferença me fez…
Todas nós temos algum tipo de trauma que não queremos mexer, que queremos deixar lá quietinho, mas a vida se encarrega sempre de nos colocar em situações em que precisamos curar essas coisas. Então o melhor mesmo é tomar a iniciativa e libertar o que nos prende!
Não é fácil, mas no fim não só saímos a ganhar como também todos os que nos rodeiam, principalmente os nossos filhos, porque muitas vezes são eles que nos vão trazer as situações que nos levam a precisar de curar…