Boa semana #160 – A gravidez do R (parte 3 de 3)

Boa semana #160 – A gravidez do R (parte 3 de 3)

Ao longo da gravidez valeu-me imenso a imensa ajuda que tive. Da ama que ia sempre buscar a T e evitava que descesse mais uma vez as escadas. A J começou a levar o L à escola enquanto eu ficava a ver da janela, isto porque a escola fica mesmo em frente, numa estrada com pouco movimento e saiam os dois à mesma hora. A mãe de um colega da J vinha sempre busca-la a essa hora e levava-a à escola. Neste caso não por causa da minha gravidez, já desde o ano passado que funcionava assim, mas que ajudou imenso.

A minha barriga crescia a olhos vistos, mais parecia uma barriga de gémeos, em nenhum dos outros três fiz uma barriga tão grande.

Quando cheguei a Janeiro com pouco mais de cinco meses de gravidez começaram as tonturas e a sensação de desmaio. Mal conseguia estar de pé, tinha que estar sempre a sentar-me mesmo assim as tonturas eram imensas, o que me levou ao cardiologista. Para confirmar o que eu já suspeitava, o meu problema da síncope era agravado pela gravidez.

E se já estava complicado ficou ainda mais. Quando cheguei aos seis meses deslocar-me era um desafio, e o meu companheiro começou a assumir grande parte das deslocações a médicos e desportos que eu tinha que fazer com os miúdos.

Foi sem duvida um desafio para ele também ter que se desdobrar para conseguir chegar a todo o lado, valeu o trabalhar por conta própria. Muitas vezes deixava-nos nas consultas enquanto ia trabalhar e depois ia-nos buscar outra vez! Não era qualquer um que fazia isso!

Tirando a sexta-feira era sempre ele que levava os miúdos aos desportos. As sextas-feiras eram um desafio. A partir dos sete meses e pouco de gravidez deixei mesmo de conseguir fazer o percurso entre o metro e a ginástica da T, não é muito grande mas eu não conseguia mesmo andar assim tanto tempo.

Então o meu companheiro deixava-nos lá por volta das 17:30, a T só tinha treino às 18:30 precisamente a mesma hora a que começava o do irmão, ainda bem longe do dela! Então ele deixava-nos lá e ia levar o irmão, ambos os treinos terminavam às 19:30. depois do treino ele ia-nos buscar! Era sem dúvida uma grande ginástica para ele.




Mas mesmo assim para mim o que tinha que andar era difícil, a T estava sempre a chamar-me lenta! Levava agora o dobro do tempo a fazer metade do percurso que fazia antes! Foram uns meses difíceis. Mas os miúdos não perderam treinos, a não ser mesmo na semana do parto!

As ecografias iam mostrando um bebé acima do percentil 60 e com muito liquido amniótico à volta. E como tinha muito liquido nada de ficar na mesma posição, a cada ecografia que fazia estava diferente, cefálico, pélvico, transversal… só mesmo por volta das 37 semanas se estabilizou na posição cefálica. Também não teve muito mais tempo para mudar de posição!

Os CTG’s começaram às 36 semanas de gravidez e acabei por fazer apenas 2, o das 36 semanas e o das 37 semanas e o R nasceu às 38 semanas.

No dia do CTG das 37 semanas queixei-me de comichão na barriga e o obstetra mandou-me logo de urgência ao hospital para fazer umas análises ao sangue e pedir os resultados em 24h!

A suspeita era de uma colestase gravídica, inicialmente fui a um laboratório perto do consultório onde o médico achou que fariam. Esperei imenso tempo porque não conseguiam inserir no sistema e não estavam a conseguir comunicar com quem faz os exames para saber se garantiam as 24 horas ou não. Entretanto resolveram tirar-me sangue para adiantar mas não adiantou de nada! Isto porque afinal não conseguiam garantir aqueles exames em tão pouco tempo.

Lá fui eu então para os lusíadas onde já tinham acordo com o meu médico para que aquele tipo de resultados fosse dado nas 24 horas seguintes. E foi, aliás nem chegou a ser as 24 horas. Tirei sangue já passava das 19h e no dia seguinte por volta das 15h já tinha os resultados!

A colestase gravídica estava confirmada mas como ainda era ligeira o médico decidiu esperar até à 3f seguinte, já estaria nas 38 semanas e então aí sim era para induzir. Claro que se entretanto os sintomas piorassem era para lhe ligar imediatamente, mas isso não aconteceu.

Foi uma gravidez atribulada com a normal azafama de uma família já numerosa com três crianças pequenas. Ao que se juntaram uma série de problemas físicos, mas no fim valeu a pena todo o esforço, todas as dores, todo o cansaço.

Os filhos são mesmo o melhor do mundo!




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