Boa semana #294 – Bebés e as tabelas de percentis!

Boa semana #294 – Bebés e as tabelas de percentis!

Vamos falar um pouco hoje de bebés e das tabelas de percentis? As tabelas de percentis após o nascimento podem rapidamente tornar-se num bicho papão e prejudicar, por exemplo, a amamentação!

Mas muitas vezes começamos a ouvir falar nelas ainda antes do nascimento. Quer um bebé que tenha estimativa de peso muito baixa, quer muito alta pode também vir a condicionar o seu nascimento se tal for permitido. A estimativa do percentil do bebé ainda dentro da barriga não pode ser o suficiente para decidir que um bebé tem que nascer mais cedo. Até porque uma estimativa é apenas isso: uma estimativa! E muitas vezes pode estar muito errada! É importante questionar o médico que acompanha por outros sinais de vitalidade do bebé.

Para que isso não aconteça é fundamental que haja conhecimento por parte dos pais. O conhecimento permite manter a calma quando os bebés estão nas linhas mais acima ou mais abaixo do que a média. Essa calma e conhecimento vão permitir tomar decisões mais informadas e colocar perguntas fundamentais aos profissionais que os acompanham.

É também fundamental escolher um bom profissional, isso é sem dúvida meio caminho andado. E não tenham medo de trocar de pediatra as vezes que forem necessárias até encontrarem o que acharem indicado. E isto não é igual para todos! Um pediatra que é bom para mim, não é necessariamente bom para outra pessoa! Isso depende muito da forma que queremos criar o nosso bebé e dos nossos valores. E o mesmo vale para o obstetra que vai acompanhar a gravidez.

Sou mãe de um menino percentil 3 e de outro percentil 25 (atual percentil 15). Depois tenho 2 meninas, uma que anda perto do percentil 95 e outra que está completamente acima das linhas máximas das tabelas de percentis dos livrinhos deles! Não tenho crianças na média e sei bem o pesadelo que se pode tornar quando eles estão fora do que é a média!

Durante a gravidez apenas o percentil da número 3 foi preocupante, por ser muito baixo. Acabou por nascer mais cedo, por não se ter conseguido perceber a causa do baixo percentil e também porque eu já tinha passado por dois abortos. Aqui o meu lado emocional falou mais alto e não quis correr riscos! Mas foi uma decisão informada!

É importante ter bem em mente que o percentil 50 é apenas uma média! Depois há crianças que andam acima dessa média e outras que andam abaixo dessa média e também está tudo bem!

Não há problema nenhum um bebé ser de percentil 3 ou de percentil 95. O importante é que eles sigam sempre essa linha! Isso sim é importante e nos diz que o bebé está a seguir a sua linha normal!

O que é preocupante é, por exemplo, um bebé que mantém um percentil 50 de repente cair a pique para um percentil 3! essa mudança diz-nos que algo não está bem! E o oposto é igualmente válido, a subida do percentil 50 para o 95 de repente também é sinal de que algo precisa ser corrigido!

O meu número 2 foi submetido a uma série de testes quando tinha um ano, por causa do percentil. Com o número 4 isso já não aconteceu, embora a pediatra tenha falado nisso algumas vezes. Ele sempre ganhou peso e cresceu dentro do percentil dele e, para já, não há nenhum sinal de alarme que nos leve a crer que seja necessário fazer um batalhão de exames a um bebé!

A minha número 1 nos primeiros meses de vida andava em percentis muito baixos, na altura ainda não tínhamos um bom pediatra, aliado à fala de conhecimento levou à introdução precoce de leite de formula, que levou a um desmame precoce e depois a um excesso de peso!

A avaliação do bebé não pode ser feita apenas pelo percentil. A pesagem dos bebés também não deve ser feita com muita frequência. Deve-se seguir as orientações que vêm nos livros para as consultas e pesagens. Isto porque o ganho de peso dos bebés não é sempre uniforme. Há alturas em que ganham bastante peso e outras que não ganham quase nada!

Então se houver uma pesagem muito frequente leva a uma avaliação errada do ganho de peso do bebé, isto acontece especialmente em bebés de baixo percentil. O que depois leva também muitas vezes a um desmame precoce desnecessário. Neste caso é ainda mais fundamental que haja conhecimento por parte da mãe e principalmente confiança na amamentação!

E embora haja a tendência para comparar percentis isso também não é muito saudável para a saúde emocional da mãe! Cada bebé é diferente e dois bebés nascidos no mesmo dia e em amamentação exclusiva podem ter percentis diferentes, um pode estar um no percentil 95 e outro no percentil 3! e isto não diz nada da qualidade do leite das mães!

As mães não podem deixar que os percentis, as pesagens constantes e as comparações se tornem no bicho papão que não as deixa dormir à noite! E a melhor solução para isso é ter um bom profissional de saúde a acompanhar o desenvolvimento do bebé, um profissional que olhe para além de tabelas estatísticas! Porque os percentis são apenas isso estatísticas!

Os adultos também não têm todos os mesmo tamanho nem o mesmo peso! Porque é que os bebés têm que ter?

Por aí os percentis foram um bicho papão ou foi tudo tranquilo?

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