Boa semana #268 – Ter mais filhos não nos faz perder o medo das doenças!
Vivemos tempos complicados, uma pandemia tomou conta das nossas vidas, mas muito pior que o vírus que a causa, é o medo que espalha. O medo impede-nos de ver as coisas com clareza, impede-nos de ser racionais, de ver para além do que a comunicação social nos quer vender.
Num período em que os números da zona de Lisboa parecem descontrolados é inevitável sentir alguma preocupação, afinal nós vivemos nessa zona, num dos concelhos mais afetados. Mas não nos podemos deixar guiar pelo medo. Nesta fase vou oscilando entre o medo paralisante e a racionalidade, basicamente entre o 8 e o 80.
É verdade, ter muitos filhos não nos faz perder o medo de que fiquem doentes. Nem nos faz ficar menos preocupados quando adoecem. Mas é também verdade que passamos a olhar para as coisas com uma perspetiva diferente e mais descontraída. E aí surge esta oscilação entre um extremo e o outro que tenho sentido nesta fase.
Como a pediatra dos meus filhos costuma dizer o primeiro parece que é de vidro e é criado cheio de não me toques, o segundo já não tanto e a partir do terceiro quase que se criam sozinhos!!!! Não é bem assim, mas realmente ficamos mais descontraídas.
E isso talvez se deve muito à aquisição de conhecimento e experiência ao longo do nosso caminho pela maternidade. Aprendemos a não correr para o médico à primeira febre, aprendemos a dar tempo ao corpo para se curar, aprendemos quais são os sinais de alerta, aprendemos quando realmente é importante ir a uma urgência…
As únicas vezes que fomos a uma urgência e foi atribuída a pulseira verde foram duas situações referentes a possíveis fraturas. Numa confirmou-se a fratura e na outra era apenas uma contusão!
Isto são coisas que só aprendemos com o tempo. É uma segurança que apenas surge com a experiência. Mas isso não quer dizer que não temos o mesmo medo ao mínimo sinal de doença dos filhotes, porque temos! Os piores cenários passam-nos sempre pela cabeça, quando eles têm febre sem razão aparente a primeira coisa que faço é procurar por sinais de meningite! Confesso que deve ser a doença que mais me assusta, mas normalmente são apenas pequenas viroses.
Mas a seguir vem o lado racional, da experiência, que nos impede de reagir por impulso. Acho que este lado deve estar inativo no primeiro filho! E para que este lado se ative o conhecimento é fundamental. A minha formação ser na área da naturopatia também ajuda um pouco.
É importante conhecer os principais sinais de alerta, aqueles sintomas que são sinal para correr para a urgência. Foi o que aprendi a fazer, quando ficam doentes fico atenta a todos os sintomas de alerta e vou à urgência quando assim o justifica. Normalmente quando sei que serão necessários exames ou alguma terapêutica que só possa ser dada em meio hospitalar.
Quando são coisas mais simples, tipo otite, procuramos a pediatra e evitamos correr riscos ao dirigir-nos à urgência sem necessidade.
Na fase em que estamos é quase inevitável estar sempre alerta. Cá em casa só o bebé não tem problemas alérgicos e respiratórios. Tossir é normal cá por casa, nesta fase os problemas alérgicos deles têm estado controlados e surpreendentemente quase não há tosses, nem sintomas alérgicos! Mas mesmo a tosse sendo normal cá em casa cada vez que eles tossem acabo por ficar logo em estado de alerta! Felizmente tem sido mesmo raro e rapidamente se resolve com a medicação das alergias.
Mas é isto, o clima em que vivemos acaba por dificultar um pouco a tarefa ao nosso lado mais racional e lógico.
E pronto, os quatro filhos não me fizeram perder o medo de que fiquem doentes, nem me fazem ficar com o coração menos apertado quando adoecem. Apenas me deram mais experiência e calma para lidar com estas situações
E por aí como são quando os filhotes ficam doentes? E como estão a lidar com esta pandemia?