Boa semana #14

Boa semana #14

Olá, como foi a vossa semana?

Esta semana para mim foi bastante complicada, ainda me sinto muito triste e vai levar o seu tempo a recuperar.

Começou como uma semana super normal com os três filhotes em casa, as idas ao parque e as sonecas mas infelizmente esta semana virou de uma maneira completamente inesperada…

Isso aconteceu na quinta-feira, estava eu na rua a preparar-me para ir ao Hospital descobertas da CUF para ir buscar as análises do meu filho quando o telefone tocou, aquela hora, percebi logo que as noticias não podiam ser boas, mas o que ouvi não me passou pela cabeça…

Quando oiço chorar do outro lado da linha imediatamente pensei: quem morreu? Mas o que me veio a seguir foi que tivesse sido um dos meus avós ainda vivos, já são pessoas de idade avançada e com alguns problemas de saúde, quando oiço do outro lado da linha que o meu primo de 24 anos estaria em possível morte cerebral no hospital da Guarda o mundo parou, acho que não ouvi mais nada e pouco me lembro de perguntar e nem sei descrever todas as emoções que me invadiram…

Todos sabemos que a única certeza que temos na vida é a morte, mas acho que de certa forma todos esperamos que esta aconteça de velhice ou mesmo que seja derivada a alguma doença que aconteça em idade avançada, não esperamos que isso aconteça a alguém que é ainda mais novo do que nós…

Durante o dia a esperança de que o diagnóstico não se confirmasse ou que de certa forma algum milagre acontecesse manteve-se, sei que estive relativamente calma durante o dia, aguardava notícias mas não sei porquê não esperava que essas notícias fossem o pior, mas infelizmente foi o que aconteceu ao final do dia quando faleceu…

Nesse dia as lágrimas correram durante horas a fio sem que conseguisse ter qualquer controle sobre elas, a noite foi curta, poucas foram as horas em que consegui dormir e as poucas horas que dormi não foram descansadas…

Na sexta-feira durante todo o dia as lágrimas foram correndo, tentei distrair-me o mais possível mas parece que tudo me trazia de volta à realidade, as lágrimas caiam, já não compulsivamente como no dia anterior, simplesmente rolavam sem que eu tivesse forma de o evitar e isto passou-se durante todo o dia, a noite, bem a noite foi completamente em claro, entretanto devido ao stress fiquei cheia de febre e de dores de garganta e nessa noite acabei por nada conseguir dormir, apenas no sábado à tarde acabei por dormir.

Nestes últimos dois dias tem sido um pouco assim, se bem que com o passar dos dias as lágrimas foram deixando de ter vontade própria, foram deixando de rolar, ficou apenas o vazio e a dor deixadas pela partida demasiado cedo de um miúdo que muitas vezes peguei ao colo quando era pequeno, a quem a mãe me ensinou a dar biberon, a mudar a fralda e que possivelmente desenvolveu em mim o gosto que tenho pela maternidade hoje. Também a mãe partiu demasiado jovem há 13 anos atrás, duas perdas demasiado cedo, com muito ainda que ficou para viver e é impossível em alturas como estas não pensarmos na fragilidade da vida…

Com apenas 7anos de diferença e a viver quase lado a lado fomos crescendo juntos, brincávamos na rua até tarde, muito tempo passei em casa deles, a minha tia era uma pessoa muito querida para mim também, tinha apenas 18anos quando faleceu e também foi uma perda que me custou muito, nunca pensei que o filho nem à idade da mãe chegasse…

Agora só o tempo irá ajudar a atenuar o vazio deixado, as lembranças dos momentos vividos juntos, bem essas irão ficar para sempre… até um dia nos reencontrarmos…

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.