Boa semana #102 – Mais uma perda…
Esta semana foi tão, mas tão difícil, mais uma perda se juntou à já extensa lista… Os acontecimentos desenrolaram-se tão depressa que mal tive tempo de os processar de me preparar e depois não tive oportunidade de parar para os assimilar, forçando-me diariamente ao máximo para não pensar no que aconteceu, para não desabar…
Tinha estado com a minha avó no início do mês, mal eu sabia que seria a última vez que a ia ver… E dói, dói tanto que por vezes acho que vou deixar de conseguir respirar. No geral ela parecia bem, pior da memória mas tirando isso nada fazia antecipar um doença com um fim destes…
Foi para o hospital uma semana depois de lá estar mas até parecia estar a recuperar embora tivesse algumas análises alteradas, parecia estar tudo a correr bem até a segunda feira passada que a minha mãe me telefona a dizer para me preparar para o pior, estava a entrar em falência hepática, não percebi como isso aconteceu, o que é que os médicos não viram? Onde falharam? Que medicação errada deram para fazer o fígado entrar em falência do nada??? Essas são perguntas que irão infelizmente ficar por responder… Será que foi no hospital ou no lar onde estava? Eu aposto na segunda hipótese, as pessoas lá estavam sempre tão apáticas e silenciosas que pareciam mesmo sedadas… A pergunta fica: não terão eles dado medicação não prescrita que interagiu com a que ela tomava e destruiu o fígado? É muito possível que sim… Mas num meio pequeno onde as pessoas falam muito os meus pais não quiseram fazer essas perguntas achando normal o fígado entrar em falência do nada… Mas não é normal…
É tudo tão angustiante, quando a minha mãe me ligou na terça feira à hora de almoço ela já tinha morrido e o meu mundo desabou com essa notícia, foi ela que me criou, foi com ela que cresci, foi com ela e com o meu avô que me tornei no que sou hoje, ensinaram-me tanto, deram-me tanto…
Saber que não a vou voltar a ver custa tanto, até da choradeira que fazia sempre que me ligava vou sentir falta… Toda a gente que é próximo sabia da ligação especial que tinha com ela e tentaram ao máximo estar lá para mim, mas apesar de tudo isso não reduziu a minha dor, então agora prefiro não pensar nisso de todo, como se ela ainda estivesse em sua casa de braços abertos à minha espera, é a única maneira de continuar a respirar por agora, é não pensar de todo no que aconteceu… Sei que o tempo fará a ferida deixar de sangrar embora vá deixar uma enorme cicatriz…
Não desperdicem a vida, os pequenos momentos, valorizem quem vos é próximo porque nunca sabemos quando será o último dia… Até sempre avó