Boa semana #87 – A vacinação contra os ácaros

Boa semana #87 – A vacinação contra os ácaros

O L vai fazer vacinação contra os ácaros e a vacina chegou na semana passada, já temos o dia da vacinação agendado com o Hospital, embora ainda existam muitas dúvidas e alguns receios que os diversos profissionais ainda não me conseguiram tirar por completo e descansada acho que só vou mesmo ficar depois da vacina ser administrada e não ocorrer nenhum efeito secundário.


 

Partir para a vacinação contra os ácaros não é algo que se faça de ânimo leve, é um tratamento muito caro que não tem qualquer comparticipação do estado. É muito demorado, serão 5 anos a fazer este tratamento, mas depois de esgotadas as opções medicamentosas e algumas terapias alternativas sem resultados é a única coisa que se pode fazer para além da cirurgia aos ouvidos, que não iria propriamente tratar a rinite mas que ajudava a que ele não perdesse parcialmente a audição de cada vez que tem uma crise forte.

Dois médicos bastante experientes, o alergologista no publico e o otorrino no privado concordaram que esta seria a melhor abordagem, uma vez que a cirurgia também não é isenta de riscos e que só resolve parte do problema… se mesmo com este tratamento o problema com as otites serosas persistir então terá que se fazer a cirurgia na mesma.

Mas vamos então falar da vacinação aos ácaros ou melhor dizendo imunização, já que este é o nome correto deste tratamento e é apenas chamado de vacinação para facilitar a compreensão por parte dos utentes.

O tratamento com “vacinas” para as alergias tem o nome de imunoterapia especifica. O L vai fazer imunoterapia aos ácaros mas a imunoterapia também pode ser feita aos pólenes, fungos, veneno de abelhas e vespas. Esta terapia tem como objetivo a diminuição dos sintomas da alergia.

O tratamento consiste na administração em dose progressivamente crescentes da substância à qual a pessoa é alérgica, com o objetivo de levar o organismo a tolerar essa substância. O L vai levar a dose mais fraca numa semana, na semana a seguir leva uma dose mais forte e na semana seguinte leva o que é chamada a dose de manutenção. Após estas três semanas seguidas a levar a vacina a administração passa a ser feita uma vez por mês durante cinco anos!

E é esta parte de habituar o organismo à substância de forma a tolera-la que eu não percebo e nenhum dos profissionais de saúde a quem questionei me conseguiu dar uma resposta satisfatória. No caso do L ele está em contacto com os ácaros diariamente e o objetivo em casa é que haja sempre o mínimo de ácaros possíveis, para isso utilizamos uma série de técnicas que nos foram ensinados pelos profissionais de saúde. Mas depois neste tratamento vamos administrar aquilo que tentamos evitar! Funciona embora não faça muito sentido e é o que interessa!

As injeções são subcutâneas dadas um pouco acima do cotovelo e o braço vai sendo alternado nas tomas. Só pode ser administrada no hospital e é necessário permanecer no hospital durante meia hora após a administração, uma vez que podem ocorrer efeitos secundários como comichão no corpo, nos olhos, espirros, dificuldade respiratória, pieira, diminuição da pressão arterial e convém estar no hospital!

Nas 24h seguintes à administração não se pode praticar desporto, tomar duches muito quentes, fazer sauna ou carregar pesos com o braço onde foi administrada. Esta parte pelo menos conseguiram explicar porquê: a administração é subcutânea de forma a ter uma libertação lenta no organismo, fazer estas coisas acelera o metabolismo e faz com que a libertação no organismo seja mais rápida podendo levar ao aparecimento de efeitos secundários graves com mais facilidade.

Este tipo de tratamento pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida das pessoas que têm problemas alérgicos graves, mas infelizmente não é acessível a toda a gente. À cerca de 2 ou 3 anos o governo resolveu tirar a comparticipação deste medicamento, ou seja, se quisermos fazer o tratamento temos que o pagar na totalidade, mesmo sendo encomendado num hospital publico pediátrico e sendo lá administrado!

E o preço não é nada simpático, a vacina do L é da marca diater e custou cerca de 160€, este valor incluiu os três frasquinhos com as três dosagens diferentes e para o L que a dose ainda é pequena vai durar para cerca de 6meses, depois teremos que fazer nova encomenda que trará o suficiente para cerca de 10meses e será assim durante 5 anos… ou seja, o valor total do tratamento é bastante elevado, o que o torna inacessível a muita gente que precisa dele.

Não se compreende esta retirada de comparticipação do estado uma vez que o tratamento das crises lhes pode sair bem mais caro e sem este tratamento em alguns casos pode ser mesmo necessário cirurgia, como o caso do L, já para não falar na medicação diária que acaba ao longo do tempo por se tornar mais cara também!

Mas é a situação que temos e portanto resta-nos lidar com ela da melhor maneira possível, nós decidimos pagar o tratamento do L, afinal que esforço extra não fazemos pelos nossos filhotes?

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