Hoje foi dia de voltar ao meu gastroenterologista, o tratamento da bactéria já está feito mas a alergologista queria também a opinião dele sobre a esofagite e qual o tratamento a seguir, uma vez que tinha sido o desconforto e inchaço do esófago que me fez procurar a medica!

A alergologista perante os sintomas, principalmente a parte de impactação alimentar, suspeitou logo deste tipo de esofagite, o gastroenterologista concordou que era uma causa possível e fui fazer uma endoscopia com anestesia. A parte da anestesia não é muito agradável já que ficamos o resto do dia estilo zombies, mas fazer uma endoscopia sem anestesia é bem mais desagradável, além disso o meu médico prefere fazer com anestesia, diz que diminui os diversos riscos da anestesia por o paciente estar completamente imóvel e permite realizar o exame com uma maior precisão.

A endoscopia apoiou a suspeita e depois a biopsia ao esófago confirmou a suspeita da minha alergologista. Mas afinal o que é a esofagite eosinofilica?

A esofagite eosinofilica é uma doença inflamatória crónica com infiltração de eosinófilos (que são células do nosso sistema imunitário) na mucosa do esófago, não se sabe ao certo o que causa este problema mas está geralmente associado a reações alérgicas e pode ter também um peso hereditário. No meu caso tanto alergologista como gastroenterologista concordaram que a causa seria alérgica, a continua ingestão de trigo e de frango terá levado ao desenvolvimento desta patologia e como o meu esófago passou a estar permanentemente inflamado tinha sempre a sensação de ter algo preso e era especialmente desconfortável quando comia.

Os principais sintomas desta esofagite são a disfagia (dificuldade de deglutição), impactação do bolo alimentar e por vezes azia. No meu caso o principal sintoma foi mesmo a impactação do bolo alimentar e o inchaço da mucosa do esófago, que eu apenas consegui identificar por não se tratar de um sintoma novo, já que o meu historial de alergias alimentares já é longo e o principal sintoma sempre foi o inchaço a nível do esófago e da glote.

Quando chegamos à parte do tratamento é que os meus médicos discordaram, a minha alergologista é da opinião que se devia fazer o tratamento com um corticóide de forma tópica, neste caso a fluticasona, que como não existe nenhuma forma de medicamento para tratar esta patologia a fluticasona deveria ser misturada com água e deglutida de forma a ter uma aplicação tópica ao passar pelo esófago.

Já o gastroenterologista não foi dessa opinião, disse que como não se sabe ao certo o funcionamento da doença, também não se consegue ter uma medicação que seja eficaz em todos os pacientes, que alguns pacientes respondem a um tipo de medicação e outros a outra. E em muitos casos o problema retoma uma vez que a medicação trata apenas sintomas e nem sempre é possível chegar à causa do problema como eu tive a sorte de conseguir.

A alergologista já tinha aplicado a restrição alimentar a todos os alimentos que deram positivo nos testes alérgicos: trigo, centeio, frango e praticamente todos os peixes. E como os sintomas diminuíram significativamente o gastroenterologista foi da opinião que esta restrição alimentar seria o suficiente para tratar a esofagite eosinofilica no meu caso.

Daqui a uns meses irei repetir a endoscopia para verificar se a esofagite desapareceu apenas com a restrição alimentar ou se irá ser necessário a utilização de alguma medicação.