Esta semana resolvi escrever sobre a fadiga crónica e contar um pouco da minha experiência com este problema, que me foi diagnosticado em 2013 junto com a síncope neurocardiogénica.

Fadiga com é óbvio está relacionado com cansaço mas ao contrário do que o nome possa sugerir, é um problema que não está relacionado com o estilo de vida, o excesso de trabalho ou a falta de descanso.

Então o que é o síndrome de fadiga crónica?

O síndrome de fadiga crónica é uma doença em que o principal sintoma é a fadiga extrema sem causa aparente, que piora com o esforço quer físico, quer mental e que não melhora com o descanso. Muitas pessoas podem apresentar cansaço extremo por outras razões sem que sofram de síndrome de fadiga crónica. Esta é uma doença ainda de difícil diagnostico e que os médicos ainda não percebem bem o seu funcionamento, mas que afetam bastante o estilo de vida.

//

Quais são os principais sintomas?

• Como referi acima o principal sintoma é a fadiga, mas esse pode ser um sintoma de muitas outras coisas. Mas esta será uma fadiga diferente, uma vez que não melhora mesmo após um período de descanso superior a 24 horas. Mas apresenta também outros sintomas como:
• Dificuldade de concentração e perda de memória
• Dores de garganta, especialmente ao final do dia
• Dor muscular sem explicação (como se a pessoa estivesse cheia de febre mas sem estar)
• Dores de cabeça frequentes
• Sono recorrente e intermitente
• Dores nas articulações sem explicação
• Aumento dos nódulos linfáticos na garganta e axilas

Como se faz o diagnóstico?

Pois, aqui é que surge a parte complicada. Não existe nenhum exame especifico que permita diagnosticar o síndrome de fadiga crónica. Então primeiramente é preciso ter sorte com o médico, que não só tenha o conhecimento correto sobre este síndrome mas que também mostre interesse. Depois o médico irá passar uma série de exames de forma a excluir uma série de outras doenças que podem causar o cansaço como: anemia, distúrbios de sono, problemas de tiroide, problemas cardíacos, hepáticos, pulmonares, depressão, diabetes… São muitas as doenças que podem causar fadiga então o diagnóstico do síndrome de fadiga crónica é um diagnostico de exclusão. Uma vez excluídas todas as outras causas para que seja diagnosticado o síndrome de fadiga crónica, o cansaço tem que estar presente há mais de 6 meses, bem como pelo menos 4 dos 8 sintomas característicos do problema. No meu caso para além do cansaço tinha mais 6 sintomas, ou seja, eram 7 em 8 dos sintomas necessários para o diagnostico, só não tinha dores nas articulações.

Quais as causas do síndrome de fadiga cronica?

Aqui entramos noutro campo complicado, uma vez que os médicos não sabem ao certo como esta doença funciona é também difícil saber qual será a causa, mas têm algumas hipóteses, são elas:

Infeções virais

Depressão

Anemia por carência de ferro

Alterações hormonais

Tensão arterial baixa crónica

Fibromialgia

Doenças auto-imunes

No meu caso o médico apontou como possíveis hipóteses para ter surgido o problema a tensão arterial baixa crónica e uma infeção viral…

Existe tratamento?

A resposta é não. Mas fazer exercício diariamente pode ajudar, embora no inicio de deve começar apenas com alguns alongamentos, nada que obrigue a muito esforço, uma vez que inicialmente vai piorar o cansaço, mas a persistência diária pode ajudar a melhorar, claro que o mais indicado é que o exercício seja sempre feito com acompanhamento de um profissional.

Outra coisa que também pode ajudar é a meditação e o relaxamento no final do dia, mesmo que seja por apenas alguns minutos, e tentar sempre ao máximo evitar situações que causem stress. Mas cada caso é um caso e deve ser sempre acompanhado por um profissional de saúde que saiba lidar com o tema.