Boa semana #162 – O parto do R!

Boa semana #162 – O parto do R!

O R foi dos meus 4 filhotes quem se aguentou mais tempo na barriga, 38 semanas e 2 dias. Teria aguentado mais não fosse uma colestase gravídica que obrigou à indução do parto.

Foi também o parto mais demorado, quando se esperava que fosse o mais rápido! Mas foi também muito especial!

Foi-me diagnosticada a colestase gravídica já nas 37 semanas, como os valores ainda não estavam muito elevados o médico achou que podíamos esperar pelas 38 semanas desde que nessa semana não piorasse muito, e assim aconteceu.

Dei entrada no hospital dos lusíadas depois das 20h na terça-feira, depois de passar pelo processo de internamento e de estar confortavelmente instalada no meu quarto, o médico deu inicio ao processo de indução através do dinoprostona.

Passou-se a noite toda e nada de evolução, algumas contrações mas praticamente indolores e daquelas que já tinha há meses. Por volta das 9h da manhã o meu médico resolveu rebentar a bolsa amniótica e foi um diluvio autentico!!!

Tinha uma barriga gigantesca que era mais liquido amniótico do que bebé! A enfermeira e a auxiliar só diziam que nunca tinham visto tanto liquido. E parecia que nunca mais parava de sair, eu não me podia levantar, então tiveram que mudar os lençóis enquanto eu me ia virando para um lado e para o outro, mas o colchão impermeável parecia ter ficado molhado, tiveram que repetir o processo diversas vezes porque o liquido não parava! A minha barriga ficou logo com metade do tamanho e aliviou logo a dor que já tinha na pele de tão esticada que estava!




E o processo rapidamente se desenrolou, a enfermeira devia ter colocado o soro com oxitocina mas não o chegou a fazer logo, em menos de 30 minutos tinha passado dos 0 dedos para os 4 dedos de dilatação. Levaram-me logo para a sala de partos porque tudo parecia que ia decorrer rapidamente, mas acabou por não correr bem assim.

Vieram dar-me a epidural um pouco depois já com 5 dedos e foi o desastre porque o trabalho de parto parou completamente. O anestesista foi impecável, ao longo destes anos já tinha levado 3 epidurais, 1 anestesia raquidiana, mais umas quantas gerais e nunca tinha apanhado um anestesista tão atencioso. Explicava sempre o que ia fazer, antes de fazer o que quer que seja dizia primeiro para não ser apanhada de surpresa, cinco estrelas mesmo!

Poucos minutos depois a minha tensão começou a cair a pique e nem consegui ter tempo de carregar no botão para chamar a enfermeira, teve que ser o meu companheiro a fazer isso. A enfermeira esteve mais de meia hora a administrar fluidos rapidamente e administrou o máximo de medicação possível, mas não foi fácil estabilizar a minha pulsação e batimentos cardíacos.

Finalmente lá conseguiu que estabilizasse a 90/40, bastante baixo ainda mas pelo menos já conseguia abrir os olhos. Só que neste entretanto o trabalho de parto tinha parado por completo. Deixei mesmo de ter contrações. Foi quando puseram a oxitocina a correr e uma hora depois estávamos de volta à ação.

Mas os batimentos cardíacos do bebé começaram a cair a cada contração, algumas vezes caiu para baixo dos 100bpm, então foi preciso mudar de posição para ver se o bebé gostava mais, caso contrário corríamos o risco de ter que ir para cesariana, mas felizmente não foi preciso, mudando de posição o bebé recuperou! E a minha tensão arterial que estava instável também!

Por volta das 15 horas tinha finalmente os 10 dedos de dilatação, mas o bebé estava muito subido e apesar de sentir bem as contrações, com o efeito da epidural já a desaparecer, não havia aquela necessidade de fazer força. Mas já tinha os 10 dedos e o meu médico disse que era altura de começar a fazer força a cada contração para fazer o bebé descer.

Tive uma enfermeira a ajudar-me sempre ao longo de todo o processo, segurava a minha perna para maximizar a força a cada contração. E depois montou uma das pernas da marquesa de forma a que eu arranjasse uma posição confortável de lado que me permitisse indo fazer força e assim foi durante uma hora!

Até que finalmente o bebé desceu e com a contração já vinha a necessidade de fazer força e não foi preciso muito, mais três contrações e o meu bebé estava finalmente cá fora, eram 16h22m. Acabou por não demorar muito, foram pouco mais de 7 horas desde a primeira contração dolorosa até ele sair, mas teria sido muito mais rápido se não tivesse levado a epidural!

Depois veio a parte dolorosa de expulsar a placenta, alguns pontos de uma pequena laceração e tinha o meu quarto bebé nos braços, o maior dos quatro também. Nasceu com 3,350kg, 50cm e 35cm de perímetro cefálico.

Passamos duas horas no recobro em que o meu corpo parecia em choque agora que toda a adrenalina tinha passado. Tremia por todos os lados sem conseguir parar e não era apenas um pequeno tremelicar, tremia mesmo muito, acabaram por me colocar um aquecedor por baixo de diversos cobertores enquanto o meu bebe mamava pela primeira vez bem juntinho a mim!




Ao final de pouco mais de 2 horas, lá voltei para o quarto onde já estavam os meus três filhotes com o meu companheiro, que como não podia estar no recobro, os tinha ido buscar! Ansiosos por conhecer o mano mais novo!

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