Adoro ser mãe!

Adoro ser mãe!

A recente polémica do facebook sobre a maternidade não me passou despercebida, embora ache que as pessoas fazem dramas e polémicas com pouca coisa… A verdade é que todos vemos o mundo de maneira diferente e todos temos direito à nossa opinião!

Eu adoro ser mãe com tudo o que a maternidade tem de bom e de menos bom e não acho que isso seja tornar a maternidade cor-de-rosa, ou passar uma imagem perfeita ou o que lhe queiram chamar…

Começando pelo inicio… a gravidez, bem para algumas mulheres pode ser um processo fantástico e sentirem-se lindamente para mim não é de todo o melhor da maternidade, da minha filha mais velha fiquei em repouso logo no inicio com ameaça de aborto, depois no final foram mais dois meses em repouso absoluto por ameaça de parto prematuro, engordei 20kg, fiquei com a barriga cheia de estrias que nunca mais passaram.

A do meu pequenote nem foi muito má, mas a da pequena T foi horrível, vomitei durante 4 meses nos quais em vez de engordar perdi 4kg, passei por uma amniocentese depois de um teste bioquímico positivo para trissomia 21 e aos 6 meses de gravidez passou a ser vigiada semanalmente porque ela deixou de crescer e eu sempre com o coração nas mãos.

Foi fácil? Não… se o faria outra vez? Sim… sempre quis uma família grande e adorava ter mais filhos, adorava voltar a sentir um ser a crescer na minha barriga, os pontapés, ouvir o coração bater, emocionar-me com uma imagem que não se percebe no ecrã.

Apesar dos enjoos, dos sustos, das tonturas, de todo o desconforto adorei sentir um ser a crescer dentro de mim e não o trocava por nada do mundo…

Depois vem o parto… bem o parto, acho que depende da resistência à dor de cada um… mas dói, dói muito, alias nunca senti uma dor como aquela e a parte expulsiva? Bem acho que nem tenho palavras para descrever a dor e atenção, eu levei epidural em todos os partos e doeu na mesma… não imagino sequer sem epidural e digo-te admiro profundamente as mulheres que têm partos em casa, é lindo, adorava ter um, mas não tenho coragem para isso.

Mas todas essas dores se esquecem quando o nosso filho é colocado nos nossos braços, não sei explicar, mas a dor desaparece, não é bem que desapareça, mas torna-se tão insignificante que nem damos por ela…

Depois vem o pós-parto, o meu ultimo pós-parto foi super fácil, no dia a seguir parecia que nem tinha tido um filho, sentia-me bem, mas não posso dizer o mesmo do primeiro… durante um mês não me conseguia sentar direito, sentava-me para amamentar e as lagrimas corriam pela cara abaixo das dores que tinha, mas não deixava de sorrir no meio das lagrimas a olhar para o seu pequeno rosto…

E o baby blues, bem eu chorava sem saber porque chorava… simplesmente me apetecia chorar e não o conseguia sequer controlar, bem as hormonas têm destas coisas inexplicáveis… e medo, sim sentia medo de não saber o que fazer, medo de falhar, e sabes que mais? Tudo isso foi igual no primeiro, segundo e terceiro… por mais que já o tenhamos feito há sempre aquele medo…

E as noites sem dormir? Bem os meus já não são bebés, mas ainda passo noites sem dormir quando estão doentes… mas depois também há aquelas noites enquanto bebés em que eles dormem tranquilamente e nós em vez de irmos dormir não conseguimos parar de olhar para eles a dormir… adoro vê-los dormir mesmo já grandes, é tão tranquilizador…

E aquelas vezes que acordamos de um salto a meio da noite para ver se estão a respirar? Tive tantas dessas, ainda hoje por vezes dou por mim a acender as luzes só para ver se estão a respirar bem…

E quando fazem cocó e aquilo sai da fralda, sem se perceber bem como, e fica espalhado por tudo quando é sitio e eles têm que ir diretos para a banheira com roupa e tudo? E já nem vamos falar na parte de fazer o desfralde…. Ui…

Não posso deixar de sorrir enquanto escrevo estas palavras, porque eu adoro mesmo ser mãe, mesmo com todos os desconfortos e coisas desagradáveis…

Isso não quer dizer que às vezes não me sinta cansada, exausta, a desesperar por uma boa noite de sono ou um momento tranquilo, todas temos fazes em que estamos mais em baixo, mas isso não me faz deixar de adorar ser mãe.

Todas as coisas na vida têm o seu lado bom e o seu lado menos bom, quando somos verdadeiramente apaixonadas por alguma coisa somos apaixonadas pelo pacote todo.

Para mim na maternidade os sorrisos, os abraços, os gosto muito de ti mamã, superam e tornam pequeninas todas aquelas coisas menos boas da maternidade ao ponto de se tornarem insignificantes…

Mas isso sou eu claro, nem todas as mulheres foram feitas para ser mães, nem todas as mulheres querem ser mães e não há nada de errado nisso, nem acho que tenha que virar polémica…

Adoro ser mãe, mas isso não me torna perfeita, nem torna a minha vida perfeita, mas sou feliz com a minha vida imperfeita e a minha maternidade nem sempre cor-de-rosa!

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.